31.1.11

exposição Tempos de Vista
























 





























reservatório da Mãe d'Água . EPAL . Lisboa

exposição Tempos de Vista

















Tempos de Vista é a reunião de uma série de artistas que encontraram, entre os seus interesses, a ambição comum de realizar um projecto site specific itinerante e continuo.
A premissa global é reunir as diversas perspectivas que se podem fazer de um Lugar, sob um olhar artístico, consciente da importância histórica e cultural que os espaços tomam na comunidade. Neste sentido, procuramos espaços com um valor histórico que suscite o interesse investigativo e posterior intervenção artística, por vezes, fugindo ao típico espaço museológico e ingressando por um circuito mais alternativo. No final de diversas edições teremos um leque alargado de manifestações efémeras sobre diversos edifícios da cidade de Lisboa.
Pretendemos uma abordagem holística do projecto, que se constrói através da interdisciplinaridade dos médios e transversalidade das referências e conteúdos conceptuais moldando-se às condições do Lugar, aos que habitam a sua periferia e à própria colectividade.
O projecto de intervenção artística sugere estabelecer a ponte entre o passado e presente do lugar permitindo a sua revisitação perante um público mais específico – aqueles que habitam e fruem a zona circundante dos edifícios escolhidos e um público mais abrangente – artístico e generalista. 

Calouste Gulbenkian vai ao oftalmologista

calouste Gulbenkian vai ao oftalmologista . 2009
água-forte sobre tecido, biombo japonês . 160 x 200cm


exposição Casa Gravada

A exposição Casa Gravada - Olhares sobre a Casa-Museu Dr. Anastácio Gonçalves é uma exposição colectiva de gravura, que nos dá a conhecer as obras de uma selecção de alunos e antigos alunos da Faculdade de Belas Artes de Lisboa. Todas as obras foram feitas enquanto interpretação da colecção e história da Casa-Museu e do seu Fundador - o Dr. Anastácio Gonçalves. 




exposição Finalistas Pintura

1ª Mostra Internacional de Gravura Postal

auto-retrato . 2009
folha de ouro e água forte . 15 x 10cm


 

gravura - Up Grade

up grade . 2008 . técnica mista . 100 x 70cm . bolsa do Dep. de Gravura da FBAUL. 

exposição Espaços/Memória

exposição Espaços/Memória

ESPAÇOS/MEMÓRIA - texto do prof. António Pedro

Espaço/Memória é a primeira de três exposições de desenho de finalistas da Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa que integram o ciclo “work in progress”, nos Espaços do Desenho, por iniciativa de Teresa Carneiro e Luís Filipe Gomes, em colaboração com o núcleo de Desenho da FBAUL.  
A exposição dá-nos a conhecer os trabalhos de Amália Cardoso, Alexandra Mangorrinha Sousa, Filipa Burgo, Maria Sassetti e Matilde Corrêa Mendes. Na contemplação da memória, que dá origem ao tema da exposição, prevalece o sentido do olhar múltiplo. Todavia, o carácter heterogéneo das obras apresentadas não impede o reconhecimento de um fio condutor que oscila entre os testemunhos da memória subjectiva e os ecos que os sinais visuais despertam no observador.
A memória que está presente no espaço destes desenhos não é a memória virtuosa da representação ilusória, mas o encontro com a memória poética e narrativa que a escrita do desenho possibilita. Os traçados aqui expressos integram modos de expressão diversificados, desde a barra de grafite sobre papel à projecção simultânea de vídeo, incluindo também o desenho objecto e o desenho de instalação.
Construções utópicas e mutações urbanas, gerações passadas reconstituídas através de cicatrizes e de artefactos, sequências de ondas que se repetem num mecanismo elementar e formas indeterminadas em suspensão caracterizam a memória do espaço aqui recriado com uma intencionalidade imprevista cuja unidade surpreende.
Para além da relação próxima que podemos estabelecer com os trabalhos apresentados, devemos ter em conta a acção processual que tem vindo a decorrer metodicamente ao longo da formação académica das autoras e que nos permite antever uma continuidade promissora.



malas de viagem Rita Wotton


postais Rita Wotton




projecto Rita Wotton - cicatrizes

Data: 13 de Fevereiro de 1937
Local: Rua do Século, Lisboa
Idade: 1 dia
Localização específica: umbigo
Dimensões: 1,25cm
Formato: cavidade circular
Coloração:
Causa: nascimento, corte do cordão umbilical















Data: Março de 1942
Local: Rua do Século, Lisboa
Idade: 5 anos
Localização específica: coxa direita
Dimensões: 1cm
Formato: oval
Coloração: avermelhada
Causa: queimadura



Data: Abril de 1946
Local: Rua do Século, Lisboa
Idade: 9 anos
Localização específica: ouvido
Dimensões: 0,6cm
Coloração: carmesim, arroxeado
Causa: otite















Data: Janeiro de 1949
Local: Londres
Idade: 11 anos
Localização específica: tornozelo esquerdo
Dimensões: 2cm
Formato: oval
Coloração: castanha
Causa: queda de bicicleta

27.1.11

projecto Rita Wotton

Quem é a Rita Wotton? Figura inventada, alter-ego, manifestação do inconsciente, bióloga e mãe, figura feminina num mundo ainda sujeito a um pensamento falocêntrico, mas também é expiação ou catarse, divagação, fuga e retorno à identidade, desdobramento no múltiplo, cópula de significantes e significados. É um afunilamento de referências, de peças soltas constituídas por um conjunto de memórias familiares e históricas, de entidades reais conhecidas e de outras anónimas, que são permeáveis e imensamente absorventes, mas que ao contrário de um puzzle apresentam uma infinidade de possibilidades de agrupamento. Como num tangran ou num rizoma, existe aqui uma tentativa de congregar elementos díspares, pedaços aleatórios da poeira dos dias, em arranjos/narrativas múltiplos, sem que haja uma disposição final ou definitiva: existe sim um processo.
Este processo, de criação da personagem, iniciou-se com a recolha e catalogação de cicatrizes de um grupo referencial composto por quatro pessoas. Partindo desse conjunto de cicatrizes, que remetem para acontecimentos específicos e reais, como uma queda de bicicleta, uma queimadura ou até o próprio nascimento (umbigo), criei uma cronologia que abrange alguns dos momentos decisivos na vida da personagem, aos quais acrescentei factos inventados, desenvolvendo uma narrativa verosímil que unisse os dez momentos-chave para os quais as cicatrizes remetem. À volta dessas cicatrizes delineou-se todo um cenário, um ambiente atmosférico em que proliferam os detalhes, um texto-guia eminentemente explicativo: desde o rascunho de pormenores contextuais, que nos envolvem e transportam para uma casa de tectos altos, para um jardim com cheiros múltiplos e sons indefiníveis, ou ainda um espaço floresta-virgem, através de descrições que abarcam todas as dimensões sensoriais, até relatos vivos dos momentos específicos em que o corpo serve de suporte para a acção perpétua de desenho do tempo.

20.1.11

A Fábrica

Numa fábrica longuínqua, indivíduos desconhecidos, usam seres humanos para fins científicos. Um relógio marca a hora de entrada dos corpos na morgue.






infiltrações - ensaio para uma dança à chuva



                                            

17.1.11

caderno de pesquisa
























2006/2007 . caderno de pesquisa para o projecto Rua D. Pedro V

14.1.11

projecto Rua D. Pedro V

A casa, da Rua D. Pedro V, é aqui abordada não como um espaço físico, com todas as suas divisões e particularidades, é essencialmente uma casa memória, feita de histórias, das pessoas que lá moram ou que por lá passam, de pequenos pormenores, de vestígios do que é e do que foi.
Este conjunto de trabalhos, de foro muito pessoal, incide sobre questões como a morte, a perda de identidade, e a angústia, provocadas por uma tomada de consciência, que antevê o caminhar para um vazio de referências ou memória. Pretende ser um catalizador desses mesmos vestígios, para que estes não se apaguem.

relicários

Conjunto de sete caixas de madeira envelhecidas – pelo uso de diferentes processos, como o enterramento e o uso de vernizes e matérias colorantes – que pretendem expor um conjunto de memórias íntimas, de segredos da vivência da casa em questão, na Rua D. Pedro V, transpondo esses elementos para um domínio colectivo. Essa divinização do mundano é feita à imagem dos relicários de igreja que contêm restos de santos ou mártires.
Cada caixa/relicário é uma alusão a um entidade (viva ou morta) que pela sua ligação directa à casa, se torna vital para a manutenção da dinâmica da mesma, ou para a ruptura assumida dessa dinâmica.

caixa 1 . maria de lourdes sousa de macedo


caixa 2 . sidónio paes

caixa 3 . maria de lourdes sassetti paes 

caixa 4 . zulmira da graça baptista antónio

caixa 5 . rita wemans

caixa 6 . maria sassetti

caixa 7 . alfredo liszt (cão)

morgue - projecto de instalação




















Dentro da arca congeladora estão armazenados 30 blocos de gelo, que contêm no seu interior uma fotografia digital. Cada fotografia resulta da sobreposição de dois retratos de pessoas anónimas, o que permite que a nossa visão se desdobre em múltiplas percepções.
Os azulejos de toda a cozinha são revestidos de fotografias dos cubos de gelo. 

fotografias congeladas





  
 2007 . fotografia digital